I – ESTUDANDO O ALTAR
1.1 – Definição
Lugar de entrar em contato com o poder divino, lugar onde se manifesta a presença de Deus. Do Latim Altus , que significa estrutura elevada, que conforme costume pagão, presumivelmente chamava a atenção do poder invocado.
A – Os altares pagãos
Eram de muitos tipos. Na idade do bronze antigo ele era construído de pedra arrumada, uma ligada a outra, já na idade do bronze moderno alguns altares tinham forma retangular, feitos de tijolos ou pedras acimentados de argila. Eram de vários tamanhos, uns em grandes estruturas e outros bem pequenos, como por exemplo: Pequenos montinhos de pedra que serviam de altar para os pagãos .
B – Os altares Semitas
Os semitas eram povos descendentes de Sem. Como exemplo temos o altar de Abraão em Siquem Gn. (12.07), o de Isaque em Berseba Gn. 26.15, o de Jacó em Siquem (Gn 32.22), de Moisés em Refedim (Ex 17.15). Todos esses altares tinham a forma acima. Porém na cultura semita eles tinham o propósito sacrificial, mesmo que não exclusivamente. Muitos desses altares eram feitos de rocha natural, com canais para escorrer o sangue dos animais sacrificados, ou eram, apenas, montes de terra ou rocha com valetas ao redor, para que o sangue derramado sobre o altar escorresse, e esse ritual era atribuído ao poder da divindade, ou seja: O sangue derramado sobre o altar estava correndo com poder da divindade, sendo em vários ritos de purificação e para se buscar poder.
C – O Altar do Tabernáculo no Antigo Testamento
O Altar teve grande influência na vida do povo de Israel, haja visto que o templo era o centro da adoração desse povo. Encontramos no tabernáculo dois altares de grande significado. O primeiro ficava na metade oriental do átrio (pátio) e era de bronze. Dizem os entendidos que tinha influência do povo esse altar; esse altar era o altar do holocausto. O segundo altar era menor e chamado de altar do incenso, símbolo da nossas orações.
Podemos encontrar outro altare no templo de Salomão, sendo ele era uma réplica do grande altar do tabernáculo. Esse altar de Salomão durou por quase três séculos, porém Acaz em aproximadamente 735-717 a .C. removeu esse altar para o lado norte e colocando outro em seu lugar
II – O ALTAR E O EVANGÉLHO DA GRAÇA
2.1 – O Altar e a Graça
Com a morte de Cristo na cruz o véu foi rasgado e a fé do Novo Testamento iliminou o judaísmo suntuoso e complexo, ficando o ritual da velha aliança como sombra e símbolo para a dispensassão da graça.
A – Símbolo do Altar
Ele é o símbolo do lugar onde podemos nos aproximar de Deus mediante sacrifício e oração. Lugar onde Deus vem ao encontro de nossas necessidade espirituais e humanas, logo podemos entender que o altar é o lugar de comunicação entre Deus e o homem, é onde o fraco encontra força e poder.
Nós vemos na vida de Abraão, desde a sua saída de Ur dos Caldeus em Gn. 12, que em todos lugares ele amava a tenda e o altar, lembrando que o altar era o símbolo da comunicação e comunhão com Deus, no obstante não vemos Abraão levantar altar quando estava no Egito, e muito menos cavar um poço que também possuía uma representação.
2.1 – Jacó e o altar
O nome de Jacó significa enganador, suplantador. Como pode um homem com tal nome levantar um altar? Na verdade ele só conseguiu levantar um altar após a mudança de seu nome no vau de Jaboque.
Quando Jacó fugiu da face de seu irmão Esau, ele chegou até Betel (Gn. 28) onde ele teve um sonho ou visão de Deus, e em Gn 28.18 Jacó levanta de madrugada e toma a pedra que tinha posto por sua cabeceira e faz dela uma coluna, ou seja levanta uma coluna e derrama azeite sobre ela. Notemos que até então Jacó não tinha altar, mas apenas uma coluna, que pode significar marco ou separação. Deus colocou um marco na vida de Jacó e o separou da vida antiga para uma nova vida, uma nova caminhada que poderia ter mudado todo o caráter dele naquele momento. Mas Jacó continua a sua vida e nada mudou, suas trapaças, seu jeitinho enganador, pois ele não tinha levantado o altar da verdadeira renovação e comunhão com Deus. Deus tinha feito uma promessa a Jacó, mas ele só seria realmente abençoado depois que levantasse o altar. Ainda que Jacó prosperou na terra de Padã-Arã, mas na realidade, ele ainda não estava de posse da
verdadeira benção.
2.2 – Levantando o Altar
Tudo parecia bem na vida de Jacó, mas chegou o momento de acertar-se com Deus. Ele tinha saudade do lar, do irmão, era preciso uma reconciliação, e como isso aconteceria? Somente através uma intervenção divina na vida de Jacó. Ele agora toma a decisão de voltar. No vau de Jaboque conforme registra Gn 2.23-29,Jacó luta com um anjo, declara seu nome, e logo então este é mudado para Israel, que significa campeão com Deus. Após esse encontro ele ruma para encontrar com seu irmão Esaú, e vai para Siquem. Em seguida levanta o altar (Gn 33.20). Levantou o altar e chamou –lhe Deus, Deus de Israel. Logo em seguido Deus manda Jacó a Betel e levanta o altar. Só pode fazer confissão genuína quem tem altar.
A – O primeiro Altar (Gn 33.20)
Chegando em Siquém, Jacó compra parte de um campo das mãos dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro. Logo podemos chamar esse altar de Altar da reconciliação, tanto consigo mesmo, como com Deus. Duas coisas Jacó fez prioritariamente em Sucote e Siquem: Em Sucote edificou a casa que corresponde a tenda, que já estudamos anteriormente, e em Siquém ele compra parte de um campo e levanta o altar. Ele entendeu que apenas com a tenda ele não poderia prosseguir no crescimento espiritual.
B – O Segundo Altar
Esse altar podemos chamar de: Altar da comunhão, santificação e perfeição. Em Gn 35.1: “Depois disse Deus a Jacó”. Isso implica em dizer que Deus estava restabelecendo a comunhão com Jacó .
1º - Deus voltou a se comunicar com Jacó
2º - Deus lembrou de Jacó Gn 35.1 “O Deus que te apareceu quando fugiste da face de Esaú, teuirmão”. Deus fez questão de referir “teu irmão”..
Jacó é santificado.
Após Jacó restabelecer a comunhão com Deus, ele começou o processo de santificação e purificação.
a- Tirai os deuses estranhos - Gn 35.21
b- Purificai-vos - Gn 35.2b
c- Mudai as vossas vestes
d- Levantemos e subamos a Betel - Gn 35.1
e- Ali farei um altar ao Deus que me respondeu - Gn 35.3
Logo então, todos são purificados da idolatria: “Levantou o altar e chamou aquele lugar El-Betel”.
El – Em Hb quer dizer: poder, força. Essa palavra é congênito do termo assírio Ilu ou Il, que significa deus.
Betel – Em Hb quer dizer: Casa de Deus.
Não confundir Bete, que no Hb é Casa, esse Bete corresponde a segunda letra do alfabeto hebraico.
El-Betel – Quer dizer “Deus da Casa de Deus”. Traduzido para o nosso portugues ficaria mais ou menos assim: Jacó levanta um altar a Deus, na casa de Deus, que se refere a restauração, a comunhão, a santificação e a purificação. Quando o crente tem esse altar na sua vida, ele se torna uma benção a Deus, na casa de Deus.
C – Onde se localiza o altar em nossa vida
Hoje esse altar está relacionado com o coração do homem que é centro da sua vida. Não podemos deixar que o nosso coração se torne o trono de Satanás, ou altar de Satanás, conforme ele fez em Pérgamo (Ap 2.13).
Sigamos o sábio conselho: “De tudo que temos que guardar, devemos guardar o nosso coração, pois dele é as saída das vidas”. Quem tem altar tem vida, tem comunhão e santificação.
CONCLUSÃO
Que cada um de nós possamos conservar o nosso altar sempre ordem, e que cada pedra possa permanecer em seu devido lugar e pronto para receber o sacrifício diário que é o nosso culto racional.
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