quinta-feira, outubro 27, 2011

Aprendendo com os erros do "filho pródigo".


Aprendendo com os erros do "filho pródigo".                           
                                                                  
"Aquilo que os filhos não aprendem em casa, a vida se encarrega de ensiná-los, e, quase sempre, de forma dolorosa".

Quais seriam os conselhos de um filho
que saiu de casa e perdeu tudo?
                        É sempre melhor aprender com os erros dos outros do que errar para aprender. Até aqui, aprendemos muito com as virtudes do pai. Agora, vamos extrair algumas lições dos erros cometidos pelo "filho pródigo". Se pudéssemos perguntar para esse filho, depois da sua dolorosa experiência: "Quais os conselhos que você daria para não passarmos por tudo o que você passou e nem sofrermos tudo o que você sofreu?" Certamente, ele nos conselhos imprescindíveis.
Primeiro - Cuidado com as suas decisões em tempo de crise
                        Para se tomar decisões relevantes na vida, o pior momento é quando estamos vivendo em tempo de crise.
                         Como disse no início, a crise pode tanto ser uma grande oportunidade de crescimento, como pode ser um tempo muito perigoso onde podemos nos perder. Eu experimentei um momento de grande crise na minha vida, provocada pela perda do meu pai, que morreu num acidente de automóvel, numa rodovia na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Eu tinha apenas dezoito anos de idade, e ele estava com cinqüenta e um anos. Foi o fato que mais marcou-me  em toda a minha vida.
                        Assim que fiquei sabendo do ocorrido, a única coisa que eu me perguntava, era: "Como será a nossa vida daqui para frente?" Foi nesse tempo que eu ouvi de um pastor, que é muito amigo: "Josué, não toma nenhuma decisão, não venda, não troque, não compre, não negocie, não mude, não decida nada neste momento. Espere o coração se acalmar, não tenha pressa, pois este não é o melhor momento para você e sua família tomarem decisões importantes".
                        O sábio Salomão escreveu: "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3.1).
Lembre-se: as suas decisões afetam aqueles que caminham, viajam e convivem com você.
                        Com freqüência, eu ouço pessoas dizendo: "Ninguém tem nada a ver com a minha vida. Eu sou dono do meu destino". Não existe forma de tomar decisões relevantes sem que outras pessoas sejam beneficiadas ou prejudicadas por nossa causa. Todas as decisões que tomamos têm implicações na vida de outras pessoas. Eva perdeu tudo o que o Senhor havia lhe dado, e mais. Hoje,  toda a humanidade sofre por causa de uma decisão errada que ela tomou (Gn 3).
                        Por causa de uma outra decisão errada, Jonas, apesar de ser um profeta do Senhor, fez com que todos os que estavam no mesmo barco que ele sofressem as conseqüências do seu erro (Jn 1). Sansão, apesar de ser um escolhido do Senhor, tomou uma decisão tão errada, que fez com que perdesse a presença de Deus na sua vida (Jz 16). Judas Iscariotes tomou duas decisões erradas: a primeira foi a de trair Jesus; a segunda foi porque,  não suportando a dor do remorso, acabou optando por tirar a sua própria vida (Mt 27.5).
         É provável que muitos dos meus leitores estejam prestes a tomar uma decisão ainda hoje, ou na próxima semana, ou no próximo mês.

Algumas sugestões que podem ajudar você na hora de tomar uma decisão importante:
(1)   Deus precisa estar no controle das suas decisões. Quando você ora: "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade..." (Mt 6.10), é o mesmo que dizer:  "Senhor, toma o controle da minha vida, dirige todos os meus passos, guia-me por caminhos seguros, não deixe que os meus pés vacilem". Tudo o que começa com Deus,  termina debaixo da Sua bênção. Bem-aventuradas são as pessoas que procuram envolver Deus em tudo o que fazem. Ele conhece o passado, o presente e o futuro. Ninguém  melhor do que Ele para nos mostrar o que será para o bem das nossas vidas. Infelizmente, muitos buscam o Senhor quando já tomaram suas decisões por conta própria e, por isso,  estão sofrendo as conseqüências do seu erro. Antes de tomar qualquer decisão relevante na sua vida, busque a orientação do Senhor.
(2) Quando a decisão é relevante, demore um pouco mais, "durma" sobre a questão, ore mais um pouco. Decisões bem tomadas são aquelas  que decidimos com calma, sem nos precipitar. "Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor" (Sl 40.1). Quase sempre, as piores decisões são aquelas tomadas de forma precipitada. Lembro-me  que um jovem veio à minha casa pedir minha filha em namoro. Conversamos um pouco, percebi que ele era um bom rapaz e que daria um bom marido. Porém, eu perguntei aos dois: "Vocês estão dispostos a orar comigo durante trinta dias, antes de tomar a decisão final?"
         A espera também é também uma prova do amor; quem não sabe esperar, ainda não aprendeu a amar. Decisões importantes requerem paciência para tomá-las. O jovem e a minha filha aceitaram o tempo de espera, e eu considerei esse um ponto muito positivo. Depois de um mês de oração, os dois acharam melhor não começar o namoro, pois, entenderam que a vontade de Deus era outra. Esperar em Deus é sempre melhor.
(3) Tenha conselheiros com os quais você possa se orientar. "Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança" (Pv 11.14). Com certeza, o "filho pródigo" não tinha conselheiros com os quais ele buscava orientação para tomar decisões importantes. Um conselho pode nos livrar dos caminhos da morte. Veja o valor dos conselhos das pessoas sábias.
         Conta-se que um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia  de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à  esposa: "Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar  um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida  mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço  uma coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim,  pois eu serei fiel a você".
Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até  encontrar um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua   fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar. Foi aceito.  Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O pacto  seria o seguinte:  "Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e, quando eu  achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações.  Eu não quero receber o meu salário. Peço que o senhor o coloque  na poupança, até o dia em que eu for embora.  No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro, e eu sigo o meu caminho". Tudo combinado. Aquele  jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso.
Depois de vinte anos, chegou para o patrão e disse:  "Patrão, eu quero o meu dinheiro,  pois estou voltando para a minha casa".
O patrão então respondeu-lhe: "Tudo bem. Afinal, fizemos um pacto  e vou cumpri-lo. Só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?       Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora, ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro, e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro,  eu não lhe dou os conselhos, e se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o  dinheiro.  Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta".
Ele pensou  durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:  "Quero os três conselhos". O patrão novamente frisou: "Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro". E o empregado respondeu: "Quero os conselhos".    Disse, então, o patrão:  
1) Nunca tome atalhos, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;
2) Nunca seja curioso para aquilo que é do mal, pois a curiosidade para o mal pode ser fatal;
3) Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você  pode se arrepender e ser tarde demais.
Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim: "Aqui você tem três pães: dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa".
O  homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou  um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: "Para onde você vai?"  Ele respondeu-lhe: "Vou para um lugar muito distante, que fica a mais  de vinte dias de caminhada por esta estrada". O andarilho disse-lhe, então: "Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é muito melhor. Você chega em poucos dias." O rapaz, contente, começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.  Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada. 
 Depois de algum tempo de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se. Pagou a diária e, após tomar um banho, deitou-se para dormir. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.
 Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem  perguntou-lhe se ele não havia ouvido um grito; e ele disse que sim, que tinha ouvido. O hospedeiro disse: "E você não ficou curioso?" Ele disse que não. Daí, o hospedeiro respondeu: "Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e, quando o hóspede sai, mata e o enterra no quintal."
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar à sua casa.
Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha, em seu colo, a cabeça de um homem, a quem estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração encheu-se de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los, sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e, no dia seguinte, tomar uma decisão.
Ao amanhecer,  já com a cabeça fria, ele refletiu:   "Não vou matar minha esposa e nem o seu  amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele  aceite-me de volta. Só  que, antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre fui fiel a ela."
Dirigiu-se à porta da casa, e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece,  se  atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não  consegue. Então, com lágrimas nos olhos, ele lhe diz: "Eu fui fiel a você durante todos esses anos;  e  você me traiu..."
Ela, espantada,  responde-lhe: "Como? Eu nunca o traí. Esperei durante esses vinte anos!" Ele então  perguntou-lhe: "E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?" E ela lhe disse: "Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje, ele está com vinte anos de idade."
 Então o marido entrou, conheceu e abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão.  Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro: o pagamento por seus vinte anos de dedicação e trabalho!
Muitas vezes, achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade. Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito, e que nada de bom nos acrescentará. Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.
Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueça também de confiar, mesmo que a vida muitas vezes já tenha lhe dado motivos para a desconfiança.
Veja o valor de três conselhos que livraram o homem da morte. Um dos livros que mais leio na Bíblia é o de Provérbios: "O livro dos Conselhos". Qualquer pessoa que deseja viver a vida com prudência e sabedoria deve ler o Livro de Provérbios todos os dias. Nele, está escrito: "O tolo sempre acha que a sua opinião é a única  certa, mas os sábios ouvem os conselhos com atenção" (Pv 12.15).

O poder da Língua!

O PODER DA LÍNGUA




A comunicação é o oxigênio do relacionamento. Podemos dar vida ou matar um
relacionamento dependendo da maneira como nos comunicamos (Pv 18.21). Nossa
língua pode ser medicina que cura ou espada que fere; pode ser tônico de
vida ou veneno que mata. Tiago diz que devemos ser pessoas prontas para
ouvir, tardias para falar e tardias para irar (Tg 1.19). Devemos ouvir mais
e falar menos. Devemos perdoar em vez de explodir ou guardar mágoas. No
capítulo três da carta de Tiago há uma descrição minuciosa acerca do poder
da língua.

1. A língua tem o poder de dirigir (Tg 3.3,4) - Tiago compara a língua ao
freio de um
cavalo e ao leme de um navio. Um cavalo indócil é um animal perigoso, mas
depois de domesticado usa sua força para servir. Um pequeno freio direciona
um forte animal. De igual maneira, um imenso navio é conduzido pelas águas
revoltas por um pequeno leme. É por causa do leme que o navio não se choca
com as rochas e não provoca desastrosos acidentes. A língua tem de igual
forma o poder de dirigir. Ela pode nos conduzir pelas veredas da vida ou nos
empurrar para o abismo da morte. Ela pode nos encaminhar para o desfrute da
felicidade ou nos fazer amargar as mais dolorosas frustrações.

2. A língua tem o poder de destruir (Tg 3.5-10) - Tiago compara também a
língua ao fogo e ao veneno. Ambos são altamente destruidores. Uma pequena
fagulha pode incendiar uma grande floresta. Uma pequena dose de veneno pode
matar uma pessoa. A língua é fogo e também veneno. Ela é altamente
destrutiva. Uma palavra maledicente, uma crítica mordaz, um boato maldoso
pode espalhar-se como um rastilho de pólvora e provocar grandes estragos. Um
comentário doloso acerca de uma pessoa pode ser como um veneno mortal que
provoca sofrimento e morte. A Bíblia diz que a nossa palavra deve ser
verdadeira, boa para a edificação e deve também transmitir graça aos que a
ouvem.

3. A língua tem o poder de alimentar (Tg 3.11,12) - Tiago compara finalmente
a língua a uma fonte e a uma árvore frutífera. Podemos saciar os sedentos e
mitigar a fome dos famintos com a nossa palavra. Nossos lábios devem
destilar mel. Nossa boca deve ser uma fonte de onde jorra palavras de vida.
Nossa língua deve ser uma árvore frutífera, onde os famintos encontrarão
frutos doces e sazonados. Nossa comunicação precisa estimular e encorajar as
pessoas a viverem uma vida plena em Deus. Precisamos ser abençoadores e
encorajadores. Nossa língua deve ser canal de vida e não instrumento de
morte. Precisamos fortalecer os fracos e não abater os feridos. Precisamos
terapeutizar as feridas e não provocar traumas. Precisamos estender a mão e
não pisar naqueles que já estão caídos. Precisamos fazer da nossa língua uma
fonte que jorra águas cristalinas e não uma cacimba de águas lodacentas.

Tiago diz que o homem, com sua capacidade, tem domado os animais voláteis,
terrestres e aquáticos. Porém, a língua ele não consegue domar. Às vezes, da
mesma boca saem louvores a Deus e palavras imorais; da mesma fonte saem
águas doces e amargas. Não podemos viver essa contradição. Nossa língua
precisa estar debaixo do controle do Espírito Santo. Nossa comunicação
precisa ser santa, pura e motivada pelo amor. Nosso relacionamento no lar,
no trabalho, na escola e na igreja pode ser melhor se usarmos nossa língua
para glória de Deus e para a edificação uns dos outros.

TIRANDO AS SANDALIAS DOS PES




 TIRANDO AS SANDALIAS DOS PES
  • Quais as lições que podemos aprender desta ordem divina feita a Moisés no Monte Horebe?
1. A LIÇÃO DA OBEDIÊNCIA
  • Imediatamente, ao ouvir a divina ordem, Moisés tira as suas sandálias.
  • As bênçãos são derramadas a partir de um coração submisso a Deus - Dt 28:1-7
2. A LIÇÃO DA HUMILDADE
  • Ao tirar os sapatos, Moisés desceu um pouco, ficando na sua real estatura.
  • Os calçados do orgulho e da prepotência nos impedem de sermos usados por Deus - 1 Pe 5:6
3. A LIÇÃO DA SANTIDADE
  • O Senhor disse a razão de Moisés tirar as sandálias: Porque a terra onde pisas é santa.
  • Moisés foi lembrado por Deus: Estes sapatos andaram por caminhos que não foram os meus, pisaram a senda do mal. É necessário que sejam tirados - Hb12: 14, 1 Pe 1:15,16
4. A LIÇÃO DO CONTATO COM O FOGO
  • Ao tirar as sandálias, Moisés tocou o solo impregnado pelo fogo.
  • É desejo de Deus que lancemos fora tudo que nos isola do fogo do Espírito - At 2:1-4
5. A LIÇÃO DA POSSESSÃO DA TERRA PROMETIDA
  • É digno de nota o fato de os dois únicos homens na Bíblia que Deus deu a ordem de tirar os sapatos dos pés, Moisés (Ex 3:5) e Josué (Js 5:15), foram os dois homens relacionados para conduzir e introduzir o povo de Israel na Terra prometida.
  • Isto nos diz que a possessão das promessas e bênçãos estão condicionadas a nossa renuncia e obediência a voz de Deus - Is 1:19.

OS TRES PRINCÍPIOS QUE REGEM NOSSA COMUNHÃO COM DEUS


OS TRÊS PRINCÍPIOS QUE REGEM NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

A vida de comunhão com Deus é muito mais do que momentos esporádicos de devoção e louvor, é muito mais que frequência a cultos. Comunhão com Deus se define por estreito relacionamento com Deus.  Por conseguinte, vale dizer que é impossível usufruir da comunhão com Deus, alienado de Sua presença e conhecimento.
A Escritura nos aconselha: Conheçamos ao Senhor e prossigamos em conhecê-lo (Os 6:3). Nesta Lição, Jesus nos ensina cinco princípios da verdadeira comunhão com Deus:

1.    O PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE
1.1           Reciprocidade de vontades - Na plena comunhão com Deus, a nossa vontade submete-se a Vontade dEle. Não pode haver comunhão com Deus, sem submissão a Ele. (Sl 37:5) (At 9:6) (Lc 22:42)
1.2           Reciprocidade de companhias - Sabemos que quanto mais nos aproximamos de Deus, mais Ele se aproximará de nós.  "Chegai-vos a Deus e Ele se chegará a vós (Tg 4:6)". Em tempo algum Deus terá comunhão com alguém que não quer sua companhia. "Andarão dois juntos se não estiverem de acordo"(Am 3:3).
1.3           Reciprocidade de corações - Este é o ponto que assinala o clímax da verdadeira comunhão com Deus. Quando somos alcançados e envolvidos pelo seu amor (Jr 31:3) (Jo 13:1) (Rm 5:5),  manifestamos a Ele o nosso sincero amor, dizendo como a Sulamita, amada do rei Salomão:  Eu sou do meu amado e o meu amado é meu (Ct 6:3).  Lembrando sempre, com alegria, que nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4:19).

2.    O PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE
2.1          Progressividade na Comunhão  fala de crescimento no conhecimento de Deus
A mulher samaritana dá-nos uma belíssima lição a respeito em João 4.   Vemos ali, passo a passo, o conhecimento a respeito do Senhor ser crescente, progressivo: Ela conhece Jesus como um simples judeu (Jo 4:9),  em seguida como Senhor (Jo 4:11), depois, como a Fonte da água viva (Jo 4:15), como profeta (Jo 4:19)  e finalmente como o Cristo (Jo 4:29).
2.2           Progressividade na Comunhão com Deus é como o romper da aurora até ser dia perfeito
A carreira cristã é bem definida pelo texto de Provérbios 4:18, que diz:  Mas a vereda dos justos, é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. Isto implica em crescimento e progresso espiritual.  Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais luz teremos em nosso caminho.  Oséias 6:3 nos declara que o crescente conhecimento de Deus trará como benção, dias esplendorosos pra nós:  Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor, como a alva será a sua saída
 2.3         Progressividade na Comunhão com Deus fala de maturidade espiritual
Quantos que, a despeito dos muitos anos de fé, ainda não experimentaram a verdadeira e profunda comunhão com Deus, porque são como anões espirituais, que não se desenvolvem.
Sabemos que o crescimento deve ser sadio e coerente (2 Pe 3:18), para que cheguemos a maturidade espiritual tão desejada (Ef 4:13-16).

3.    O PRINCÍPIO DA PROFUNDIDADE
 3.1           Profundidade na Comunhão com Deus fala de vida espiritual com raízes profundas
Paulo ao referir-se a esta maravilhosa verdade, desejava que os crentes de Colossos, tivessem profundas raízes em Cristo (Cl 2:7).
Somente podermos dar frutos para cima, se estivermos enraizados em Deus, como declara Isaías 37:31 "...tornará a lançar para baixo e dará fruto para cima.".
Assim sendo, plantados em Cristo, a Fonte das águas vivas, seremos como José:   ...ramo frutífero junto a fonte, seus ramos correm sobre o muro." (Gn 49:22).
Que sejamos como a palmeira, cujas raízes penetram o profundo da terra; e quando chega a tempestade, está firme (Sl 92:12).
3.2           Profundidade na Comunhão com Deus é como cavar um poço
Certa vez, quando menino, vi um homem cavar um poço. Três coisas eu pude observar. Primeira: Para se cavar um poço, se cava de joelhos. Segunda: O que cava, depende em tudo daquele que fica encima. Terceira:  Cava-se até achar água.
O exercício da Comunhão também é assim:   Não podemos ter comunhão, sem estarmos de joelhos aos pés do Senhor (1 Ts 5:17) (Ef 6:18).  Nunca esqueçamos que sempre dependemos daquele que está encima (Tg 1:17) (Jo 15:5) e que devemos perseverar até encontrarmos a água viva (Is 12:3). 
3.3  Profundidade na comunhão com Deus é como um profundo mergulho
Paulo pode usufruir da experiência de mergulhar no mar da graça e da glória de Deus, e ao constatar sua profundidade, exclamou: Ó profundidade das riquezas (Rm 11:33).  
Por isso pode conhecer as insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3:8­)­
Paulo sabia que somente podia mergulhar em Deus, graças a ajuda gloriosa do querido Espírito Santo (1 Co 2:9,10). Portanto, permitamos a cada dia que o bendito Consolador nos leve as águas profundas da Comunhão com Deus.
Um fraternal abraço, na doce comunhão do Senhor,
Pastor Marcos

SERIE ARTE DA GUERRA PARTE 6


A Arte da Guerra - Parte 6
SEXTO. A ARTE DA TÁTICA DE COMBATE

Uma batalha é ganha com planejamento e estratégia. Que tática usar para derrotar o inimigo. Jesus utilizou uma linguagem militar para falar do custo do discipulado, do preço de segui-lo. Quem quer ser seu discípulo deve calcular o custo e ver se consegue levar a empreitada até o fim.

"Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz" (Lc 14.31-32).

Deus, o grande especialista na arte de guerrear ensinou os conquistadores de Canaã em como enfrentar inimigos mais fortes e poderosos do que o povo recém saído da escravidão. A Josué orientou que o povo todo marchasse em silêncio durante sete dias, dando uma volta por dia ao redor da cidade de Jericó, e que no sétimo dia a rodeassem sete vezes. Somente na última volta o povo tocaria e trombeta e romperia em gritos. A cidade caiu e Jericó foi conquistada. (Js 6.3-20).
A tática de destruir a cidade de Ai foi a de preparar uma emboscada estratégica na cidade. No plano de Deus, a arte da guerra consistia em que uma parte do exército atacaria pela frente da cidade, enquanto outra parte estaria do outro lado escondida. Quando os soldados de Ai viram o exército pela frente, pensaram que os soldados fugiriam como das outras vezes. Ao saírem contra o povo de Israel o povo fez de conta que fugia, e o segundo exército, então, atacou a cidade pela retaguarda. Novamente o plano de Deus funcionou (Js 8.1,2).
Deus deu a Gideão as coordenadas de guerra para que ele vencesse os midianitas. Seu pequeno exército de homens escolhidos e treinados deveria ser dividido em três pelotões de 100 homens cada. Suas armas eram tochas, cântaros e trombetas. A ordem de Deus é que deveriam dar um grito de guerra. A Bíblia diz que eles tocaram as trombetas, gritaram e quebraram os cântaros e "permaneceu cada um no seu lugar ao redor do arraial". Deus fez o livramento (Jz 7.16).
Um outro exemplo ainda é o da guerra de Josafá contra os amonitas. A tática de Deus ou, a arte de guerra consistia em colocar cantores paramentados à frente de todo o exército (2 Cr 20.19,21). Aqui também não usaram armas. Os sacerdotes e os levitas saíram à frente de todo o exército louvando e glorificando a Deus, cantando ao Senhor, "porque ele é bom e as suas misericórdias duram para sempre".
O plano de guerra e a tática de combate devem ser buscados diante do Senhor em oração. Numa batalha de oração como a que mencionei contra o congresso internacional da Nova Era em determinado lugar do Brasil, Deus nos deu todo o plano de oração e de ação enquanto estávamos em Belém, no Pará. Mais tarde co?mecei a entender porque isto acontecera. Estávamos longe do local e espiritualmente isto foi importante, pois os espíritos que operam nas regiões celestiais naquele estado certamente não tinham ciência do que aconteceria no estado onde se travaria a batalha. Lá, em oração diante do Senhor com meu colega de quarto, tivemos muita luz sobre tudo o que deveríamos fazer.
A equipe de obreiros da cidade em questão preparou todo o programa da igreja numa ação paralela ao da Nova Era. Por exemplo: durante as noites, enquanto eles tinham conferência, a Igreja se reunia num outro ginásio para louvor, adoração, pregação e oração. O povo compareceu ao ginásio para um evento da Igreja e a maioria dos irmãos nem tinham ciência da guerra espiritual que a cidade travava. Somente no local do encontro da igreja, os irmãos ficavam sabendo e eram levados a orar pela cidade. Enquanto isto os guerreiros adestrados previamente estavam infiltrados nas reu?niões da Nova Era, opinando, orando, fazendo perguntas, etc. Participavam como se fossem congressistas daquele encontro. As equipes de vigilância e oração se revezavam a todo instante caminhando ao redor do quarteirão, orando e amarrando os demônios. Estes irmãos eram substituídos a cada duas horas para não chamarem a atenção sobre eles.
Os organizadores daquele encontro maléfico sentiram a presença da igreja, pois não conseguiam se "concentrar" e não havia "fluídos espirituais" em suas reuniões. Por outro lado os guerreiros que estavam envolvidos na batalha estavam de tal forma submissos que nunca sabiam qual a sua próxima missão; para onde iriam e o que fariam. Somente os coordenadores da batalha sabiam do plano de guerra e designavam as pessoas para a missão que deveriam cumprir.
Finalmente é Paulo quem nos fornece a última tática para a arte de guerra. Escrevendo para os efésios sobre a batalha do cristão, ele diz: "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis" (Ef 6.13). Paulo está dizendo que devemos tomar o território do inimigo permanecendo ali, ocupando o espaço. Se um país quer dominar uma região tem de deixar uma base militar na região conquistada, do contrário o inimigo que já foi derrotado, assim que o exército conquistador deixar o local, voltará a ocupar a antiga base. "permaneçam inabaláveis", isto é, não abandonem sua posição de conquista; fiquem no mesmo local guarnecendo a terra para que o inimigo não retorne.
O Senhor Jesus usou da linguagem de guerra para falar do interior do homem libertado dos demônios. Se a casa ficar desocupada, isto é, se o cristão não permanecer vigilante cuidando de sua vida interior, demônios mais fortes voltarão a ocupar a antiga base. "Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro" (Lc 11.24-27).
O lugar conquistado tem de ser mantido ocupado! Caso contrário a região conquistada voltará a ser ocupada e a luta terá sido em vão.
Na arte da guerra, Deus ensina que o cristão depois de vencer tudo, tem de permanecer inabalável, não dando espaço para o inimigo!

SERIE ARTE DA GUERRA PARTE 5


A Arte da Guerra - Parte 5
QUINTO. PREPARAÇÃO E ESCOLHA DOS GUERREIROS 

Uma guerra é travada com soldados bem preparados. Estudando-se a arte da guerra do Antigo Testamento percebe-se que Deus trata da qualidade dos guerreiros de maneira especial.
Em primeiro lugar Deus elimina a todo o que é medroso. Em Deuteronômio 20 Deus estabeleceu este princípio para a nação de Israel nos dias de Moisés. Os sacerdotes e os oficiais deve?riam anunciar a guerra e pedir que todos os que fossem medrosos voltassem para suas casas. Quando Gideão usou esta arte divina, dos 32 mil que com ele estavam alistados, 22 mil voltaram para casa. Um soldado medroso infunde terror ao colega de combate e traz desânimo ao exército. O medo indica que o guerreiro não está confiando em Deus. "Não os temerás; pois o Senhor teu Deus, que te fez sair da terra do Egito está contigo... não tenhais medo, não tremais, nem vos aterrorizeis diante deles..."
"E continuarão os oficiais a falar ao povo, dizendo: Qual o homem medroso e de coração tímido? Vá, torne-se para sua casa, para que o coração de seus irmãos se não derreta como o seu coração" (Dt 20.1,3,8).
A obra de Deus é feita por gente de coragem; pessoas que confiam em Deus; que sabem que seu General está no comando da tropa e que é um grande vencedor. O lugar de medrosos não é na guerra, enfrentando demônios, príncipes satânicos, governadores do mundo espiritual, mas em casa, ou trancado nas quatro paredes do templo onde é mais seguro. Batalha espiritual contra as forças satânicas é para gente treinada e escolhida por Deus.
Deus procura eliminar do meio do exército todo homem cujo coração esteja noutra coisa que não a guerra.

"Os oficiais falarão ao povo, dizendo: Qual o homem que edificou casa nova e ainda não a consagrou? Vá, torne-se para casa, para que não morra na peleja, e outrem a consagre. Qual o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou? Vá, torne-se para casa, para que não morra na peleja, e outrem a desfrute. Qual o homem que está desposado com alguma mulher e ainda não a recebeu? Vá, torne-se para casa, para que não morra na peleja, e outro homem a receba" (Dt 20.5-7).

Gente preocupada com a construção da nova residência não tem o coração inteiramente na batalha. A construção não lhe dá tempo para sair e expulsar demônios, jejuar, preparar-se no estudo da palavra de Deus. Pessoas que possuem fazendas e colheitas a serem feitas, estão mais preocupadas com a lavoura do que com a guerra espiritual e alguém com data de casamento marcado não se atreverá a entrar numa batalha espiritual em que os demônios se lançarão sobre ele como abelhas revoltadas.
Deus também busca os adestrados para o combate. Pessoas treinadas e capacitadas são seu principal alvo. Senão vejamos: Em Juízes no episódio de Gideão contra os midianitas, Deus concluiu que o número de pessoas era ainda grande. Depois de eliminar os medrosos, Deus propõe a escolha dos habilitados para a guerra levando-os às águas para serem provados (Jz 7.4-7). O próprio Senhor faz o teste junto às águas e dos dez mil valentes, somente 300 estavam habilitados aos olhos de Deus para a batalha. Uma coisa é uma pessoa ser valente, outra é ser bem treinada. Valentia e treinamento têm de andar juntos.
Quando Josué destruiu a cidade de Ai, ele também escolheu os seus valentes (Js 8.3,4). Moisés ao guerrear contra Amaleque especificou o que queria dizendo a Josué: "Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque..." (Ex 17.9). No capítulo 31 de Números o próprio Deus escolhe a dedo os que deveria fazer a guerra - porque ele sabe onde estão os valentes treinados para a guerra (Nm 31.1-5). No Antigo Testamento encontramos vez após vez expressões como "homens valentes", "valentes de guerra", etc. A tribo de Gade tinha homens valentes que eram treinados na guerra, e de Manassés se diz que eram "guerreiros valentes, homens famosos". De Issacar a escritura diz que a tribo possuía "homens valentes nas suas gerações" e de Benjamim, "homens valentes... capazes de sair à guerra". Aqueles que vieram a Davi em Hebrom eram entendidos na guerra, habilitados para a batalha e homens de coragem "Dos filhos de Rúben, dos gaditas e da meia tribo de Manassés, homens valentes, que traziam escudo e espada, entesavam o arco e eram destros na guerra, houve quarenta e quatro mil setecentos e sessenta, capazes de sair a combate" (1 Cr 5.18). Outros textos: (1 Cr 5.18,24; 7.2,4,11,40; 12.1-40).
O próprio Davi tinha homens adestrados para a peleja e eles aparecem em destaque como os "valentes de Davi" (2 Sm 23.8-39). A escritura fala sobre alguns deles quando da coroação de Davi em Hebrom, como rei de Israel. Numa descrição detalhada de todos os valentes que foram coroá-lo rei, o texto bíblico diz: "São estes os principais valentes de Davi. que o apoiaram valorosa mente no seu reino, com todo o Israel...eis a lista dos valentes de Davi..." (1 Cr 11.10,11). Será que Jesus nos escolherá como valentes seus para lutar suas batalhas até que ele seja o Rei de nossa nação? E os nomes destes homens valentes ocupam um grande espaço da Escritura em 2 Samuel 23. Eram homens que não tinham medo e perfeitamente habilitados para a guerra.
Escolher, adestrar e enviar foi o que fez nosso Senhor Jesus Cristo depois de uma noite de oração. "E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles..." (Lc 6.12). Sabe-se que eram muitos os seus discípulos, mas dentre todos, Jesus selecionou os Doze e os treinou. Observe que , ao ressuscitar a filha de Jairo, Jesus levou somente alguns homens com ele ao quarto onde estava a menina (Mc 5.37).
Paulo usou deste mesmo princípio para escolher seus companheiros de jornada e de ministério.
Não devemos nos iludir: nem todo cristão é um guerreiro. Nem todos da igreja podem se envolver numa batalha espiritual na cidade. O certo seria que todos os membros da se envolvessem, mas empecilhos porque, nem todo membro de igreja é, de fato, membro da Igreja e guerreiro do exército do Senhor

SERIE ARTE DA GUERRA PARTE 4



A Arte da Guerra - Parte 4
Quarto: A cartografia ou mapeamento espiritual

Um outro princípio que aprendemos nas Escrituras é o levantamento ou mapeamento espiritual de uma cidade. Esta pesquisa ajudará o guerreiro a perceber o verdadeiro quadro espiritual da cidade e o capacitará a preparar uma estratégia de guerra para vencer o inimigo. O tema requer um outro livro, mas podemos resumir aqui algumas coisas. 
Quando o povo de Israel entrou na terra prometida Deus falou ao povo as condições espirituais da gente daquela terra e alertou o povo de Israel quanto aos perigos que enfrentaria. Deus os avisa de antemão que eles encontrariam altares sobre as altas montanhas, sobre os outeiros e  debaixo das árvores frondosas (Dt 12.2,3). O povo foi alertado quanto ao tipo de culto que eles teriam de evitar em Canaã: Gente que sacrificava os seus filhos, advinhadores, prognosticadores, agoureiros, feiticeiros, encantadores, necromantes, mágicos, espíritas (consultavam os mortos) e lhes diz: "Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os advinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal cousa" (Dt 18.10-14). Eis aí uma cartografia espiritual do povo que habitava em Canaã.
Você se recorda do que fez Neemias quando chegou a Jerusalém? A cidade estava destruída e, durante a noite ele saiu para fazer um levantamento da situação. Foi sozinho. E, partindo da observação que fez, Neemias fez um levantamento do que precisaria para reconstruir a cidade (Ne 2.11-17). Neemias precisava preparar uma estratégia de defesa contra os inimigos que não queriam a reconstrução da cidade.
O rei Josias fez o mesmo. Decidido a servir a Deus e a governar o povo conforme as leis de Moisés, Josias fez um levantamento espiritual da situação e começou sua reforma em Israel. O capítulo 23 de 2 Reis descreve a vida espiritual do povo. Ele encontrou no templo utensílios de adoração a Baal, para adoração às estrelas, ao sol, a lua e aos planetas. Havia cultos com orgia sexual dentro do templo e gente queimando os filhos a Moloque no vale dos filhos de Hinon. Havia cavalos dedicados ao sol e adoração a Astarote, Camos e Milcom e em vez de profetas e sacerdotes, médiuns e feiticeiros espalharam-se por todo o reino levando o povo a adoração aos ídolos. Josias, a tudo destruiu.
No Novo Testamento, vemos Paulo fazendo um rápido levantamento espiritual  da cidade de Atenas. E ele mesmo diz: "porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: Ao Deus desconhecido" (At 17.23). Paulo andou pela cidade, examinou os ídolos, viu o tipo de deus que o povo adorava, e, com base no que viu preparou a mensagem que transformaria o coração do povo ao Deus vivo e verdadeiro.
A cartografia espiritual serve de ajuda para que o guerreiro perceba que tipos de espíritos operam numa determinada vila, cidade, estado ou mesmo num país. Por que em determinadas áreas da cidade existem menos igrejas? E por que num outro lado as pessoas se convertem com mais facilidade? Ao fazer um levantamento espiritual da área pode-se descobrir as razões. (Às vezes existem lugares de adoração a Satanás camuflados que permitem aos demônios controlarem aquela região). O mapeamento espiritual permite saber a que tipo de "santo" ou demônio a cidade em que se vive foi consagrada. Toda cidade é dedicada a um "santo" católico que tem o seu correspondente nas religiões afro-ameríndias. Por que a padroeira ou padroeiro de uma cidade tem um nome na religião católica e outro na Umbanda?
Recentemente os cristãos descobriram que todos os dias às 15 horas o Brasil é  consagrado a senhora  Aparecida em missa reali­zada na cidade de Aparecida do Norte. Será que isto pesa espiritualmente no Brasil? Certamente. Pois até um feriado nacional é dedicado a esta entidade espiritual. Todos os anos no dia 12 de Outubro o país é consagrado a essa entidade espiritual.
Investigando os arquivos da história das cidades pode-se saber a que tipo de entidade a cidade foi dedicada e que tipo de principados a governam. Muitas vezes a imprensa, à procura de matéria para suas edições dominicais, traz muita luz que podem ser úteis. Isto foi o que aconteceu em Porto Alegre quando um jornal local apresentou uma série de três reportagens sobre um "príncipe" afri­cano que teria governado o Rio Grande do Sul. A reportagem é clara, dando a entender que, por trás de um governo político, havia um líder espiritual que influenciou a história do Estado. Este homem teria ditado os rumos espirituais do Rio Grande do Sul numa época em que o humanismo e o integralismo dominavam a cultura política gaúcha. Diz a reportagem que ele governa até hoje e que espiritualmente ainda reside no Palácio do Governo. Ora, isto é muito sério.
Sabedores disto, os crentes podem cerrar fileiras em oração contra estas potestades que dominam o cenário político e econômico de sua região.
Para que uma batalha espiritual seja bem sucedida é preciso aprender com Deus a arte da guerra que ele ensinou aos filhos de Israel no Antigo Testamento. 

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A Arte da Guerra - Parte 3
Terceiro: Observação
A observação, a espionagem e a investigação fazem parte da arte da guerra e sobre estes falaremos a seguir. Em toda a Escritura percebe-se Deus ensinando estes princípios ao seu povo e os exemplos são muitos na palavra de Deus. Vejamos alguns deles. Moisés recebe do Senhor a ordem de enviar homens a espiar a terra de Canaã. Por que espiar a terra? O próprio Deus responde:
"Envie homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel... vede a terra, que tal é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se poucos ou muitos... e que tais são as cidades em que habita, se em arraiais se em fortalezas..." (Nm 13.1,18-20).
É claro que Deus sabia como era a terra, conhecia cada detalhe e tinha todas as informações. Entretanto, manda os espias para que se certifiquem de que não terão vida fácil. Eles veriam que a terra além de manar leite e mel tinha também lugares áridos. Deus manda espiar para que não sejam apanhados de surpresa e para que aprendam esses princípios universais. Deus conhecia a terra nos seus mínimos detalhes, mas espioná-la fazia parte do treinamento. O povo tinha que aprender a observar.
    Josué aprendeu como isto era importante e usou a tática que aprendera de Deus  com Moisés, no passado. Josué enviou dois homens para espiar a terra de Jericó antes de qualquer tentativa de guerra. "Andai e observai a terra e a Jericó" (Js 2.1). Aqueles dois homens que foram espiar a terra observaram que a cidade estava com medo e que o pânico já tomara conta da população. Viram a cidade, suas casas, seus palácios e suas fortificações.
 Josué procedeu da mesma forma quando mandou alguns homens espiar a cidade de Ai (Js 7.2,3). O relato dos espias foi sincero quando disseram que não era necessário fadigar todo o povo naquela guerra. Entretanto os homens fugiram derrotados porque havia pecado escondido entre os filhos de Israel.
  Anos depois Gideão usou o mesmo princípio e saiu durante a noite a espiar o acampamento dos midianitas (Jz 7.9-11). Tudo estava preparado para a batalha, mas era necessária uma última olhadela para assegurar-se de alguns itens. Foi o próprio Deus que lhe ordenou descer até o acampamento. "Se ainda temes atacar, desce tu e teu moço Pura ao arraial", disse o Senhor.
O ensino de Jesus é de cuidar, vigiar, observar, como em Mateus 24.4,15, 25, 32, 44, etc. Por que espiar? Para conhecer o inimigo, a situação das cidades, conhecer o povo, examinar a força do oponente. Isaias descreve uma embaixada da Babilônia que foi a Jerusalém levando votos de boa saúde ao rei Ezequias. Na oportunidade o rei mostra aos embaixadores todos os palácios, o templo, as armas e o tesouro real. Isaias adverte o rei de que não procedera corretamente, pois aqueles homens mais tarde viriam e tomariam tudo o que pertencia a Judá (Is 39.1-8).
As guerras espirituais que o povo de Deus enfrenta nos dias de hoje são bem diferentes das do Antigo Testamento, mas os princípios são os mesmos. Satanás ataca as cidades de maneira sutil, com programações aparentemente culturais, com aparência de boa espiritualidade e os cristãos precisam estar atentos. Todo o planejamento de uma batalha espiritual tem que ser feito tendo como base o princípio da observação. Quando o inimigo ataca nossas cidades com programações aparentemente culturais, é preciso ver como será a programação do adversário, os temas das conferências, os nomes dos preletores, locais de reuniões e os horários. Observando o que o inimigo está planejando para a cidade, pode-se montar uma estratégia de guerra com oração e ação. Geralmente os jornais trazem uma grande contribuição, pois os organizadores de encontros de bruxaria, de Nova Era, etc, fazem muita publicidade para chamar a atenção do público e fornecem todos os detalhes.
O princípio da observação deve ser aprendido. Pode-se enviar irmãos que atuarão como espias nas reuniões de preparação e que trarão as informações para os coordenadores da batalha. Um irmão, preparando uma estratégia de batalha espiritual em sua cidade, conseguiu infiltrar-se na coordenação, assistindo a várias reuniões. A estratégia de guerra é, então, montada em cima do que o inimigo de Deus está planejando.
Cabe aos líderes espirituais da igreja manter os olhos bem abertos quanto a movimentação satânica e suas astúcias contra a sociedade e a igreja.  Pode-se conseguir o programa dos eventos, os temas das palestras e montar uma estratégia de combate. E isto funciona.  A oração da igreja, então, será específica, atingindo o alvo com precisão. Isto é bíblico e pode ser praticado por todos os cristãos.

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A Arte da Guerra - Parte 2
Segundo: Falando palavras de ânimo de uns para os outros


O povo de Israel, cercado diante do mar Vermelho, sem ter para onde escapar ouviu de Moisés palavras animadoras: "Aquietai-vos e vede o livramento do Senhor" (Ex 14.13,14). Naquela ocasião, aquietar-se, soaria aos nossos ouvidos como uma palavra não muito boa. Num beco sem saída, cercado por obstáculos por todos os lados e com o mar à frente, aquietar-se não era uma palavra apropriada e confortadora. Mas quando não havia mais escape, Moisés sabia que o livramento viria do Senhor, e encorajou o povo de Deus.

Noutro episódio, anos depois, quando todo o povo de Israel se escondia em cavernas com medo dos filisteus, Jônatas, filho de Saul falou ao seu escudeiro: "Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos: porventura o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor, nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos" (1 Sm 14.6). Esta deve ser a confiança de todo guerreiro do Senhor que se dispõe para a batalha espiritual. Ele tem que ter certeza de que o Senhor pode vencer com muita ou com pouca gente.
Ao guerrear contra uma aliança de reis da Mesopotâmia, da Síria e de Amom, que vieram com um poderoso exército contra Israel, Davi ajuntou todos os valentes de guerra liderados por Abisai e por seu irmão Joabe e este animou a Abisai com palavras de ânimo: "Sê forte, pois; pelejemos  varonilmente pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus; e faça o Senhor o que bem lhe parecer" (1 Cr 19.13). Com determinação de se ajudarem mutuamente na peleja, eles venceram a guerra, pois se animaram para a batalha. O segredo da vitória é a coragem; e coragem se adquire, principalmente quando se recebe o incentivo de outra pessoa.  
O rei Ezequias tinha diante dele um grande exército comandado pelo rei da Assíria que o desafiou e falou contra o Senhor dos exércitos. Ezequias congregou toda a cidade de Jerusalém "e lhes falou ao coração, dizendo: sede fortes e corajosos, não temais nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque um há conosco maior do que o que está com ele. Com ele está o braço da carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar e guerrear nossas guerras" (2 Cr 32.6-8). E a Escritura afirma que "o povo cobrou ânimo" com estas palavras do rei. O resultado se viu mais tarde quando o Senhor mandou um anjo que desbaratou todo o exército do rei da Assíria!
Neemias, depois de passar três dias em Jerusalém, olhando os escombros da outrora pujante cidade, parece desanimar diante da tarefa que se propunha levar adiante. Ele expõe a situação aos homens que com ele estão e ouve de seus ajudadores uma palavra que fortalece e encoraja qualquer líder. Aqueles homens lhe disseram: "disponhamo-nos e edifiquemos" (Ne 2.18). E o texto conclui, dizendo: "E fortaleceram as mãos para a boa obra".
O profeta Sofonias declara: "O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3.17) Os líderes que estavam na restauração do templo disseram a Esdras: "...nós seremos contigo: sê forte e age" (Ed 10.4). Davi antes de morrer chama a Salomão, seu filho e o encoraja com uma palavra animadora: "Coragem, pois, e sê homem!" (1 Rs 2.2).
É o que se vê também no Novo Testamento. Paulo encoraja a igreja de Corinto, dizendo: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor..." (1 Co 15.58). Nas cartas enviadas às sete igrejas da Ásia o Senhor Jesus Cristo encoraja cada igreja com uma promessa ao vencedor: "Ao vencedor...". Deus nunca afirmou que os cristãos passariam incólumes por todas as aflições e tribulações e fortalece seus filhos nos momentos difíceis. "Não temas as cousas que tens de sofrer... o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós... sê fiel até a morte..." (Ap 2.10). Este é um dos muitos textos onde os cristãos são encorajados à batalha e também encorajados a sofrer e até a morrer pelo nome de Jesus.

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Primeiro: Deus sempre anima seu povo para a guerra


"De novo, Davi consultou a Deus, e este lhe respondeu: Não subirás após eles; mas rodeia por detrás deles e ataca-os por defronte das amoreiras; e há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então, sai à peleja; porque Deus saiu adiante de ti a ferir o exército dos filisteus" (1 Cr 14.14-15).  
   Para poder descobrir os princípios de Deus para a batalha espiritual foi necessário estudar praticamente todos os episódios de guerra no Antigo Testamento. Descobre-se, por exemplo, que Deus deixou algumas nações na terra de Israel com o fim de trei­nar os israelitas para as guerras que teria pela frente. Está escrito que as nações ficaram "...para por elas provar a Israel" (Jz 2.22) e "...para lhes ensinar a guerra" (Jz 3.2). É por isso que Moisés disse a respeito de Deus que "...O Senhor é homem de guerra" (Ex 15.3).
   Em doze das guerras pesquisadas foi possível encontrar e resumir os princípios da arte da guerra aqui apresentados, entre estas a guerra contra Amaleque em Êxodo 17.8-16, cuja característica é a intercessão e autoridade na batalha. Uma outra é a  guerra contra Jericó cuja característica é a estratégia contra o inimigo. Está no livro de Josué 2.1 e 6.3-20. A destruição de Ai, é uma outra guerra cuja característica é o ataque surpresa e de emboscada. Esta guerra é descrita em Josué 8.22-29.
   Encontram-se princípios da arte da guerra no registro de Josué 10.6-15 na defesa de Gibeom; na luta de guerrilha que Eúde travou contra o rei Eglon, pegando-o de surpresa e bloqueando todas as saídas de  fuga do inimigo, cujo episódio está em Juízes 3.15-31. Na batalha de surpreendente de Gideão contra os midianitas a arte empregada por Deus é diferente de todas as guerras: poucos guerreiros e sem armas (Juízes 7.2-22).
   A arte da guerra pode ser encontrada na batalha dos israelitas contra os filisteus em que Davi mata a Golias, o gigante due­lista. Davi, um desconhecido pastor de ovelhas se revela guerreiro e profeta. Está em 1 Samuel 17.41-58. Há uma outra guerra de Davi contra os filisteus em que o princípio divino foi a sutileza da tática, em que Deus diz a Davi como deveria atacar o inimigo (2 Samuel 5.17-25).
   Encontram-se princípios dessa arte divina na guerra que Josafá travou contra os moabitas. Nesta guerra houve uma palavra profética de um descendente de Asafe orientando o rei e seu exército a enfrentar o inimigo com louvores e adoração a Deus, ao invés de armas (2 Cr 20). Outro episódio está registrado no livro de Neemias por ocasião da reconstrução de Jerusalém, em que Neemias, como governador enfrenta os poderosos inimigos de Deus na terra, de onde se pode tirar ótimas lições para a vida da igreja. O registro está  em Neemias 4.6-23.
   O leitor poderá examinar o episódio em que o profeta Eliseu é levado à força para estar na frente da guerra contra os amonitas, em episódio narrado em 2 Reis 2.15-27. E finalmente uma ba­talha decisiva quando Davi livra a cidade de Queila cujo registro está em  1 Samuel 23.1-14. Estudando todas estas batalhas com empenho e dedicação pode-se encontrar muitas verdades. Uma grande parte das descobertas sequer é mencionada neste livro, mas são verdades aplicáveis para toda a vida cristã.
  
 
  Primeiro: Deus sempre anima seu povo para a guerra
  
   Na arte de guerra divina Deus ensina que é contra o desânimo, e sempre incentiva seu povo a seguir adiante. Ele encoraja seus fi­lhos à vitória, qualquer que seja a circunstância, a menos que haja desobediência entre o seu povo e este não esteja preparado para a guerra. Alguns exemplos: A Moisés na hora do maior aperto, Deus o anima, dizendo: "Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem" (Ex 14.15).
   Depois da morte de Moisés, Deus chama a Josué e o anima a entrar na terra com o povo. É o que se vê no primeiro capítulo de Josué várias vezes: "Dispõe-te, agora. Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida, como fui com Moisés assim serei contigo: não te deixarei nem te desampararei. Sê forte e corajoso ...tão somente sê forte e corajoso. Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas nem te espantes..." (Js 1.2,5.6,7,9).
   A Gideão que, escondido e com medo dos midianitas malhava o trigo Deus o anima, dizendo: "O Senhor é contigo, homem valente" (Jz 6.12). Gideão não era tão valente assim, porque várias vezes pede sinais a Deus antes de seguir adiante, mas o ânimo divino o impulsionou para a guerra. Isaias fala da parte de Deus dizendo ao povo: "Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita, e te digo: não temas que eu te ajudo. Não temas ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Se­nhor..." (Is 41.13,14).
   Os registros do Antigo Testamento mostram que os profetas, apesar das dificuldades se mostravam otimistas animados por Deus. Pode-se ver isto nos profetas Zacarias e Ageu, em textos como: "Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos. Quem és tu, ó grande monte? Diante de Zorobabel serás uma campina..." (Zc 4.6,7). No capítulo 3 de Zacarias, o profeta vê o sumo sacerdote Josué, sendo atacado por Satanás que lhe fazia oposição, mas o anjo do Senhor repreende a Satanás e  age em defesa de Josué, dizendo: "O Senhor te repreende, ó Satanás..." (Zc 3.1,2). O profeta Ageu também trouxe palavras de ânimo àqueles que estavam diante de Deus na tarefa de reconstrução de Jerusalém, e disse a Zorobabel: "...sê forte, Zorobabel, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco... o meu Espírito habita no meio de vós; não temais" (Ageu 2.4).
   Os profetas viam a destruição e o mal, mas traziam palavras positivas ao povo, especialmente em época de guerra. Escondido na caverna de Adulão, perseguido por Saul que o perseguia, Davi, recebeu uma palavra do profeta Gade, dizendo: "Não fiques neste lugar seguro; vai e entra na terra de Judá" (1 Sm 22.5). Baraque tinha receio de ir à guerra, e ouviu de Débora, uma mulher a palavra do Senhor para que tomasse dez mil homens para combater a Sísera (Jz 4.6,7). Josafá, ainda perplexo sem saber como proceder, recebe de um profeta de nome Jaaziel uma palavra de ânimo e a orientação em como proceder para sair à peleja contra os amonitas (2 Cr 20.15-17). Diante de uma situação onde não há retorno e numa guerra onde o povo de Deus é ameaçado, os profetas de Deus sempre falaram positivamente.


Como acabar com as guerras - Parte 2 Referência: Tiago 4.1-12


III. EM GUERRA COM DEUS - V. 4-10
A raiz de toda a guera é rebelião contra Deus. Mas como um crente pode estar em guerra contra Deus? Cultivando amizade com os inimigos de Deus. Tiago cita três inimigos com quem não podemos ter amizade se desejamos viver em paz com Deus.
Tiago fala de tentações que estão fora de nós (o mundo e o diabo) e tentações que estão dentro de nós (a carne).
1. O mundo (v. 4)
O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios, filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. Se o mundo valoriza a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses valores do mundo.
Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: Primeiro, sendo amigo do mundo (4:4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1:27). Terceiro, amando o mundo (1 Jo 2:15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12:2). O resultado é ser condenado com o mundo (1 Co 11:32). Então, seremos salvos como que através do fogo (1 Co 3:11-15).
Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado com Cristo (Rm 7:4) e deve ser fiel a ele (Is 54:5; Jr 3:1-5; Ez 23; Os 1-2; 1 Co 11:2). O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de Deus.
Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo.
2. A carne (v. 1,5)
A carne é a nossa velha natureza. A carne não é o corpo. O corpo não é pecaminoso. Podemos usar o corpo para gloficar a Deus ou para servir ao pecado. Na conversão recebemos uma nova natureza, mas não perdemos a velha. Ela precisa ser crucificada. Essas duas naturezas estão em conflito (Gl 5:17). É isso que Tiago diz no v. 1.
Há paixões carnais que buscam nos colocar em guerra contra Deus. Devemos fugir dessas paixões (1 Co 6:18; 2 Tm 2:22). Fugir aqui não é um gesto desprezível. José do Egito fugiu da mulher de Potifar. A única maneira de vencer as tentações da carne é fugindo. Fugir do lugar, do ambiente. Viver na carne significa entristecer o Espírito Santo que vive em nós (v.5; Ef 4:30).
O Espírito de Deus habita em nós e anseia por nós com zelo (v. 5). Ele não nos divide com ninguém. Estamos casados com Cristo. Você levaria Cristo para uma sala de jogos, para uma boate, para um show do mundo, para uma intimidade sexual fora do casamento?
3. O diabo (v. 6-7)
O mundo está em conflito com o Pai. A carne em luta contra o Espírito e o diabo se opõe ao Filho de Deus.
O pecado predileto do diabo é a vaidade, o orgulho. Ele tenta as pessoas nessa área (v. 6-7). Ele tentou Eva e tenta os novos crentes (1 Tm 3:6). Deus quer que dependamos dele enquanto o diabo quer que dependamos de nós. O diabo gosta de encher a nossa bola. O grande problema da igreja hoje é que temos muitas celebridades e poucos servos. Há tanta vaidade humana que não sobra espaço para a glória de Deus.
4. Como podemos vencer esses três inimigos?
* O caminho de uma graça maior - v. 6 - Deus está incansavelmente do nosso lado. Ele sempre nos dá graça suficiente para vencer. Mas a graça de Deus não nos isenta de responsabilidade. Nos versos 7-10 há dez mandamentos para obedecer. A graça não nos isenta da obediência. Quanto mais graça, mais obediência.
a) Submetendo-nos a Deus (v. 7)
Essa palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem grandes problemas. Renda-se incondicionalmente. Ponha todas as áreas da sua vida sob a autoridade de Deus. Por isso um crente rebelde não pode viver consigo nem com os outros.
Davi pecou contra Deus, adulterando, matando Urias e escondendo o seu pecado. Mas quando ele se humilhou, se submeteu e confessou, encontrou paz novamente com Deus.
b) Resistindo ao diabo (v. 7)
O diabo não é para ser temido, mas resistido. Somente quem se submete a Deus pode resistir ao diabo. A Bíblia nos ensina a não dar lugar ao diabo (Ef 4:27).
c) Mantendo-nos perto de Deus (v. 8)
Quanto mais perto de Deus ficamos, mais parecidos com Jesus nós nos tornamos. Comunhão com Deus é uma pista de mão dupla. Quando nos chegamos a Deus, ele se chega a nós. Não podemos ter comunhão com Deus e com o pecado ao mesmo tempo (v. 8b).
Comunhão com Deus implica em purificação (v. 8b)
d) Humilhando-nos diante de Deus (v. 9-10)
Temos a tendência de tratar o nosso pecado de forma muito leva e condescendente. Tiago exorta-nos a enfrentar seriamente o nosso pecado (v. 9). A porta da exaltação é a humilhação diante de Deus (v. 10). Deus não despreza o coração quebrantado (Sl 51:17).
Deus olha para o homem que é humilde de coração e treme diante da Palavra de Deus (Is 66:2).
Quando estamos em paz com Deus, temos paz uns com os outros e uma fonte de paz jorrando de dentro de nós!